Graça e Paz do Senhor.

África Sahel é um dos lugares mais pobres do mundo, quando escrevo pobre isso depassa as definições que estamos acostumados a ouvir. Tais como, pobre é alguém: sem emprego, subnutrido, vendedor de rua, sem teto. sujo, rasgado, analfabeto etc... Todos esses preconceitos apenas travam os esforços para alcançamos os mais pobres dentre os pobres. No Brasil um pessoa com 100 cabeças de vacas é considerada rica, já aqui um fulani com 100 pés de vacas (isso mesmo pés pois os fulanis conta as vacas pelo pé e não pela cabeça) anda rasgado, de bicicleta, mora numa casa de palha e sua alimentação é bem básica.

Vivendo o natal entre eles pude refletir muito e compreender um pouco sobre toda essa situação embaraçosa a qual homem nenhum trouxe solução ainda a não ser o que Nasceu entre os animais e pobres desta terra, Jesus.

Podemos confiar em pastores?

Comemoramos o Natal três vezes esse ano, a primeira com 25 órfãos na capital onde preguei sobre o melhor presente que podemos dar a Jesus. A resposta foi curta e honesta: nossa vida é o melhor presente para Jesus, disseram as crianças.

Outro com Pr. Paulo em Burow com os irmãos da Igreja Moussi, desta vez sentei, sem entender nada, durante horas vendo teatros, louvores e alegria. O culto todo foi em Moore, língua do povo maioria aqui, e a alegria também chegou ali afinal os anjos disseram que as boas novas: alegraria todos os povos.

Já com os fulanis compartilhei o “Porquê confiar em Pastores”. Foram os primeiros encontrar Jesus na fria madrugada entre vacas, cabras e um montão de feno, entre sacerdotes, levitas, ricos, reis etc... aprove a Deus enviar anjos a simples pastores. Os mesmo deveriam contar o fato aos demais, tornando-se proclamadores de Boas Novas. Agora quem acredita em conversa de pastores? Para alguns os fulanis são enganadores, mentirosos, astutos, então como acreditar neles? Ate os Moussis chamam–os de Siriminga (enganadores), mas a Historia conta que durante anos os fulanis foram os missionários mulçumanos em toda África Sahel, eu creio que uma vez que eles se tornem cristãos terminarão a tarefa de evangelização. (Kibaaru Lobbo – Boas novas)

Deus confiou em simples, iletrados, pobres pastores para mostrar que a proclamação de seu filho unigênito não depende de nossa força, inteligência, riqueza etc... Assim Ele recebe toda gloria, exaltação. Terminei a pregação dizendo que a vacas viram Jesus e se alegraram pois reconheceram seu Criador. Os pastores rejeitados, mal compreendidos naquela noite receberam a Graça entre os demais povos da terra. Tudo isso foi uma missão.

Um dia depois fomos para o vilarejo do Amadou convertido que freqüenta nossa igreja aos domingos, foi a primeira vez que o povo ali viu um Branco(tubaaku) eles fizeram comida, deram um lugar para dormir e na manhã seguinte deram ate um cafezinho. Vi que mesmo sendo pobres são bem-aventurado como nosso Senhor disse. Na despedida oramos por um homem que sofria de epilepsia há anos, desejamos ver ele curado e se entregando a Jesus.

Termino agradecendo por algumas resposta de oração e de nossa colaboração durante esse ano de 2010.

1- Nossa casa em Burow, instalação com as placas solares e por ultimo nossa geladeira movida a Gás.

2- Lembram do Sadou Yero da carta passada? Então sua esposa que havia fugido de casa retornou graças a Deus e em resposta de orações que foram feitas mês passado.

3- Agradeço a Deus por nosso sustento que apesar de começar-mos com apenas a metade dele, Deus cada mês nos surpreendeu provando que quando andamos na sua vontade somos sustentado pela mesma.

4- Recebemos uma doação de vários irmãos para comprarmos um nova Mimosa (Vaquinha) agradecemos a cada um que ofertou de coração para que nossa adaptação a vida fulani seja um sucesso.

5- Agradeço aos que nos escrevem encorajando, semana passada recebemos uma carta do Brasil de um amigo que muito tocou nosso coração. Nela vimos que somos amados e não estamos só, que existe os que estão segurando as cordas. Muito obrigado mesmo.

No amor d´Aquele que Jurou abençoar todos os povos da terra... Hb 6:13

Cristiano e Elimércia