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Missionários Falam Outra Língua ?
“Sem duvidas, há diversos idiomas no mundo; Todavia, nenhum deles é sem sentido. Portanto, se eu não entender o significado do que alguém esta falando, serei estrangeiro para quem fala, e ele estrangeiro para mim” (ICo 14:10,11)
Os textos bíblicos chamaram-me atenção e rearfimaram as convicções do que tenho visto aqui no Sahel Africano. Existem níveis no processo de culturação que o missionário deve passar, quando um novato chega no Oeste Africano, todos já sabem o seu primeiro nome: Naasara ou tuubabi mesmo que o obreiro chegue falando francês é inevitável ser taxado desses nomes que alguns detestam, outros brigam com nativos por causa do apelido pouco conveniente que as crianças correm atrás do novato dizendo:
-Tuubabi cadeaux!
-Naasara, naasara donnez moi Ballon !
- etc.
Segundo Hampate Bá, mestre, escritor, contador de historias e um fulani culto que marcou a historia africana oral, Naasara significa “crente”(cristão), já o termo tuubabi em árabe quer dizer ‘médico’.
Como na época da colonização os europeus que chegavam eram ‘cristãos’ ou ‘médicos’ os africanos perpetuaram esses termos para todo estrangeiro que vem da Europa, detalhe é que mesmo os demais países da terra as vezes são considerados como Europa por alguns que vivem aqui.
Uma vez esclarecido os termos, a missão agora é avançar, mergulhar na língua e cultura, nessa estrutura complicada que nos faz mal ou bem, sucedidos no campo. O progresso de deixar de ser um naasara e tornars-se missionário é doloroso e longo, deve-se dizer que a figura do naasara esta vinculado a do colonizador que impõe ou dá ordenes e deve ser chamado de ‘patron’(patrão), como uma fulani me disse um dia: Tuuakube ngalla buudi koy, kambe ngoodi mazin buudi. (Os estrangeiros não tem dinheiro, eles tem é uma maquina de dinheiro), quando perguntei: onde está minha máquina, então¿ Ele disse o caixa eletrônico de Ouagadougou é uma maquina de dinheiro, pois vocês passam um papel e sai vários coloridos, olhem só a cosmo visão desse fulani quando o assunto é branco.
Logo cabe ao enviado de Deus progredir nessa escada entre naasara e missionário, e quanto mais rápido ele se convencer que o estudo da língua é importante, mais rápido a máscara tuubática cairá de seu rosto.
- Todos se Calam Quando Você Fala a Língua do Povo
Cada um com sua função, mas e o enviado¿ Ele aprende línguas sua vida muda de Babel pra Pentecostes quando o mesmo entendo o propósito de Deus. Não se trata de um mérito falar vários idiomas, nem questão de inteligência como muitos pensam, mas se tratando de trazer pessoas das trevas para a luz isso é muito mais serio. Mudar indivíduos do poder de satanás para o domínio de Cristo, ufa! É uma tarefa em tanto, uma língua é só o primeiro palito da grande fogueira que acontece quando estamos na Janela 10.40.
As zombarias, os preços exorbitantes que os nativos cobram do estrangeiro desaparecem quando ele fala a dita língua tribal. No caso de Paulo em Atos 22:01 foi em defesa própria que ele comunicou em hebraico e o povo com as mãos na boca escutaram tranquilamente todo o discurso, até não suportarem mais. Um dos meus heróis favoritos,depois de Jesus e Paulo, cometeu um erro em sua carreira entre os índios americanos, David Brainerd não falava o idioma, mas sempre sobreviveu e sofreu com seus tradutores que por vezes eram bêbados, fúteis e sem interesse pela salvação dos pagãos (segundo relato de Jonatha Edward na biografia da vida de D. Brainerd)
Como latino sei que devemos mostrar resultados para as igrejas enviadoras, nessa precipitação muitos caem na armadilha de colocarem tradutores para rapidamente conseguirem almas salvas, colégios plantados e fotos lindas para o mural de domingo ou de sua junta denominacional. É muito mais fácil trilharmos esse caminho cheio de enganos, pois nunca se sabe o que o individuo esta traduzindo ou interpretando, levando assim a ter um trabalho ‘glorioso’ fundando sobre o principio enganoso.
No caso das missões de curto prazo ou de ajuda humanitária como as que são feitas
Quando existe a língua do país colonizador que geralmente é adotada pelo povo como o idioma do país, o caso é ainda mais complicado.
Começando por Guiné-Bissal que foi colonizado por Portugal, logo um brasileiro que é mal informado, vai pra lá pensando que todos compreendem português estará enganado e será frustrado, pois à maioria da população fala seu próprio dialeto, o crioulo.
No caso de Burkina-Faso, Níger, Mali, Senegal que são os países que conheço o francês não só é criticado como por alguns é tido como o idioma do inferno, pois foram os colonizadores que dividiram a ‘Mama-Africa’ e colocaram fronteiras. Com o passar do tempo o enviado se dá conta que o francês não fará sentido algum quando ele estiver na tribo, pelo contrario, poderá lhe fazer estancar no estudo do dialeto local, pois uma vez que o mensageiro fala o francês, ele se acomoda no degrau, não ser estrangeiro para o povo mais o povo é estranho para ele.
A longo termo será um choque para o missionário que ficou anos e anos e não sabe a língua do povo, a frustração aumenta a medida que seu trabalho demanda a fluência e praticidade na comunicação transcultural.
Para a organização ‘Corpos da Paz’(voluntários dos Estados Unidos) que trabalham aqui a única coisa que os desclassificam e fazem voltar para E.U.A. é não dominar a língua do povo. Fui tocado com esses jovens que são de nível universitário e que mesmo sem serem cristãos ou missionários como no caso de muitos que lêem esse artigo, eles falam, comem e vivem como o povo durante dois anos de suas vidas, logo após terminarem a faculdade. No caso tudo depende da força de vontade e disposição para mudar.
Citando Hampate Ba termino aqui:
‘Enquanto não estivermos seguros que não sabemos a língua, nunca aprenderemos a língua.”
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